Certa vez encontraram-se duas
mãos em uma noite dessas, num táxi qualquer. Uma, que ansiava pelo encontro há
tempo, assustada pelo acoplamento súbito inesperado; outra tímida quieta, mas
certa de onde estava. Brindavam as unhas, sentiam os dedos. Forjaram votos de
não abandono, aquecimento mútuo, com direito a paradas nos sinais. Faziam piada
das outras duas, tão longe e frias. Ajeitavam-se nas curvas da rua, para o bem
do pacto. Quando de tão juntas já eram uma só, lembraram que eram parte de um todo
– subordinadas. Veio a ordem de separação, motor desligado. Tinham lágrimas nas
palmas. Mesmo assim balançaram e deram “Adeus, obrigado(as)”. Afastadas, cada
uma foi-se esconder no seu respectivo bolso, envergonhadas de não poderem nem
honrar suas próprias promessas.
"Ainda que falasse a língua dos homens, que falasse a língua dos anjos, se não houvesse o AMOR de nada valeria!" Sim, meu querido escritor, percebo em cada texto o amor que você empresta a cada palavra, transformando cada leitor num viajante carinhoso. Já estava com saudades. PARABÉNS pelos textos e obrigada por me brindar com palavras que me fazem chorar de felicidade. Rê
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