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quarta-feira, 17 de julho de 2013

Palavra

              Ei Palavra, mais uma vez vou precisar usar-te. Tu que sempre chega tão mansa, em um silencio calmo, pedindo-me que a use. Nas horas mais não oportunas da minha noite chegas, pedindo colo. Suplicando: "Me escreve, que em troca te dou paz”. Vou precisar usar-te para dizer tudo aquilo que não sai da boca, não por falta de coragem, ou por medo, mas sim por falta de capacidade: não me foi ensinado escrever com a voz, só consigo dizer com letras, algum papel e aquele sentimento louco que me toma por completo quando consigo fazê-la sair da minha mente, te dar vida e cor – e ao saber que és toda meu reflexo, desde a forma, até o sentido – orgulho-me, por ter-te só minha, minha palavra.

                Agora aqui estamos, no mesmo plano. Você nascida de mim, e eu de você. Eu de carne-osso, você tinta e papel. Seja bem-vinda! Contudo, Palavra – tome cuidado. Como seu pai preciso alertar-te sobre os perigos do mundo aqui fora. Antes a tinha protegida no calor dos meus pensamentos, era segura e totalmente por mim controlável. Agora, não mais: podem traduzir-te mal, dizer coisas que você não é, podem até rir de ti! Dar-te sentidos que nunca imaginamos que podias ter. Toma cuidado, vai – vou estar daqui te olhando, enquanto você entra em outras mentes e se transforma ao gosto daquele que te lê.

             Mas promete uma coisa, uma única coisa? Jura que vai manter o frescor e o carinho com que te fiz? Que vai conservar o amor das tuas letras e o sentimento alegre que surgiu quando minhas mãos te esculpiram? Jura?! 

Um comentário:

  1. Ojalá tivera eu a felicidade de dar vida as palavras assim como você faz. A mim me resta observar o quão maduro e inspirado você se encontra meu jovem e querido escritor e... ler, reler, apreciar e dizer PARABÉNS!Rê

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