Hoje eu te flagrei olhando
pela janela, procurando os céus por entre os prédios, planejando voar por aí e
só voltar depois de sobrevoar tudo que existe. Você não viu quando cheguei,
estava perdido, olhar fixo – parecendo buscar o que quer. Tentei pensar sobre o
que ainda te prendia ali, imóvel. Faltava tão pouco para voar, só você não viu,
não acreditou – ficou com medo de cair. Cair, que mal tem? Quando não se tem
limites também não se tem chão, e quando tem limites, a gente tira, como se
tira uma pedra no sapato, é simples. Tudo é bem mais simples do que teus olhos
frenéticos parecem te mostrar. Vai, é só os deixar revirar quando pedem, fechar
quando deve e os ignorar quando dá. Deixa teus sentidos terem vida própria, teu
tato respirar, livra teus ouvidos dos teus pensamentos bobos, os deixa escutar,
permite tua boca fazer as pazes com a tua voz, reencontra com teus pés e diz
assim: ”Vão, podem andar!”. Junta tudo que você sabe e esquece, constrói tudo
de novo quantas vezes forem necessárias para se ter certeza de que fez a coisa
certa. Não faça coisas certas, faça o que quiser ! Se der nem nos ouça, a gente
te perdoa – aproveita que está aí bem perto da janela e voa, voa!
Obrigado.
ResponderExcluirDê asas à sua imaginação e nos brinde com mais textos como este. Rê
ResponderExcluir"...Não faça coisas certas, faça o o que quiser"!
ResponderExcluirO que é certo? Tudo é relativo e mais uma vez você foi SENSACIONAL!